Escrever
não é
apenas publicidade.
Quando escrevo,
todas as direções
ficam abertas
e não existem
muros intransponíveis.
As minhas
palavras escritas
podem ser respeitadas
e não preciso
esconder-me
num mutismo forçado.
Não consigo
evitar de escrever
sobre acontecimentos
secretos
de um certo tempo
da minha vida...
Quando escrevo
sobre a minha
saudosa infância,
comparando-a
a um lago transparente,
eu regresso
a um ambiente
que me lembra pudor.
Na adolescência,
no toque
das minhas mãos
e na aparência
do meu rosto,
já eram acentuadas
as imagens do desejo,
que eu ainda
não conhecia direito.
A sensualidade
podia ser notada
no meu olhar,
mas teve
que ficar adormecida.
Quando escrevo,
as imagens
se definem claramente
e não preciso
de fotografias
para encontrar
os detalhes...
Escrevo
e vôo cada vez
para um infinito diferente!
Arethuza Viana
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