segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

INÚTIL ESPERA


A noite se despede.
A casa carente
de passos
e de rumores
que lembrem vida!

Um gosto amargo na boca.
Disponíveis aos beijos
que não chegarão.

Depois
me embriaguei
com os teus aparentes,
inocentes
e meigos olhares,
conheci o descaso,
a dor de saber-me
esquecida
como um livro
lido e relido
numa prateleira
da estante
empoeirada da vida.

E aqui estou eu,
nas dores
que se repetem,
num ritual triste
de uma triste
e inútil espera...

Arethuza Viana

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