segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

INCONSTÂNCIA


Chegavas de mansinho,
carinha triste que dava dó,
pedindo mimos e carinhos:
Um menino desprotegido e só.

Falavas dos teus anseios
e de tanta frustração
com a cabeça em meu seio,
eu te acolhia no meu coração.

Confessavas teus temores,
me falavas de fracassos
de uma vida sem amores
encolhido nos meus braços.

Partistes para o nunca mais,
quando eu já te conhecia
como não me conheci jamais
e não voltastes em nenhum dia!

E agora meu menino grande?
em que braços te aninhas?
Para quem a tua dor se expande,
quem te oferta, o que aqui tu tinhas?

Quantas ainda conhecerão
o teu eu? Me pergunto agora...
Quem te tem junto ao coração,
depois sentirá a dor que sinto agora?

Arethuza Viana

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