sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ESPERA! (2)


Meus olhos molhados,
cobertos de espanto,
te viram partir,
sem a menor piedade,
enquanto, encolhidinha
e frágil no meu canto
agarrei-me ao
antigo amor e à saudade!

Não me deixastes
escolher a minha estrada,
porque a vida
te acenava para outras eras...
A ferida no tempo
foi então cicatrizada,
à custa de muitas dores
e inúteis esperas!

Agora voltas e eu que
construí tanta quimera,
trago a alma limpa,
livre e já redimida,
ouço-te pedir sofrido :
- Por favor, espera!
E nunca mais
te espero nesta minha vida!

Arethuza Viana

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