Ah! minha infância!
O rio Paraíba, passando
e eu sentadinha na margem ,
jogando pedrinhas na água, 
encantada
com os círculos 
perfeitos que via.
Nesta manhã 
de dor profunda, 
eu me entrego 
ao sabor de sonhar.
Sou aquela menina 
de cidade pequena,
me entrego às conversas 
com o meu rio.
Não falamos nada,
mas nos entendemos 
na paz profunda.
Ele sabia quando eu chegava
com uma dorzinha de criança.
E corria docemente,
não fazia barulho,
para acalentar 
meu sono magoado,
se mostrava mais bonito,
e dengoso se espalhava mais.
Eu, mulher,
tentei viver com a mesma paz
que ele me embalava.
Pouco consegui, 
do que ele me ensinou.
Dizem que às vezes 
ele fica enfurecido,
causa danos 
e machuca as pessoas.
Eu entendo. 
Também sou assim.
O destino do meu rio 
é a imensidão do mar
e o meu destino, 
só a Deus pertence saber!
Arethuza Viana


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